apercebo-me de repente que a minha vida se tornou naquilo que em tempos desejei que ela fosse. falo, claro está, de pormenores e situações concretas, e não do todo que representa a minha vida. esse todo viverá para sempre da tal insatisfação humana de que sempre se falou. tem algo de revelador aperceber-me à mesa de um café de aeroporto, num banco do metro, num elevador, ou ao balcão de uma discoteca, que estou neste momento a lidar com e a viver situações e histórias que sempre quis que assim se passassem na minha vida. e reparo que não é de agora. que tal já vem a acontecer há algum tempo, sem que tivesse dado por isso. pelo começo. e não é sempre assim? as coisas só acontecem quando deixamos de pensar nelas. faz parte do processo de concretização. durante um mês desejamos alguma coisa com todas as nossas forças. no mês seguinte deixamos de pensar nisso. e ao terceiro mês as coisas acontecem. e o nosso espanto é tão grande que é como se nunca tivessemos dedicado noites e noites em branco a pensar no assunto.
volto atrás e perco no ar a altura em que quis viver o que vivo agora. não a encontro. e não me interessa... porque neste momento já começo a querer viver de outra maneira. continuo a aproveitar aquilo que em tempos quis, e que confirmei que era relamente o que queria, e assim o continuarei a fazer, mas já começo a ver ao longe novas etapas.
ainda assim... e não querendo complicar algo que sempre quis descomplicado... quererá isto dizer que estou a seguir o caminho certo que tenho vindo a desenhar para mim desde que me conheço? sinto-me bem no ponto em que estou e não me apetece sair daqui. e ao mesmo tempo, mal posso esperar pelas próximas viragens... sei bem que nunca desenhei linhas rectas, e não vai ser agora que vou começar a faze-lo.
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