faz hoje uma semana. já dei por mim a pensar mais do que uma vez que se o sbsr fosse este fim de semana em vez de ter sido no que passou tudo teria sido muito mais fácil, muito diferente. há uma primeira vez para tudo e no meu caso foi preciso chegar aos 26 anos para me estrear de muletas num festival. num festival e não só até porque fiz questão de levar as minhas duas novas amigas a passear por essa lisboa fora logo desde o dia em que decidi descer de mergulho o último lance de escadas do meu prédio. levantei-me e fui à minha vida e só quando cheguei à faculdade percebi que dentro de uma hora, mais minuto menos minuto, já só o tom cruise, em missão impossível, conseguiria fazer mexer a minha perna direita o suficiente para conduzir até casa. acabei em san francisco. xavier, leia-se. três dias depois lá fomos as três, eu e as muletas falantes, para o parque tejo, also known as campo de concentração de loures.
dou a mão à palmatória. apanhei uma estafa como há muito não me lembro. tenho impressão que desde que fiz o inter rail que não me lembro de me ter sentido tão esgotada. um estado de exaustão que me fez ter uma crise de pânico por volta das 11h do dia seguinte por causa de um trabalho deixado para a véspera, e que por isso me fez ter uma discussão acesa, burra e desnecessária com uma colega que por sinal tinha toda a razão. reconheci-o horas mais tarde depois de ter dormido a sesta e compensado as duas horas que tinha dormido na noite anterior, e fiz o trabalho que me lixei.
gosto de me divertir nos concertos, sobretudo em festivais, onde posso estar à vontade, de pé, e fazer a festa se me apetecer sem que tenha os vizinhos do lado incomodados pelo facto de eu gostar de saltar quando a música assim o exige. e mais ainda gosto de ver concertos junto de pessoas que também pensem assim. sara, doutora, teresa, esta é especialmente para vocês.
não gostei do black eyed peas. comparado com o concerto que deram no rock in rio, este foi fraco. fiquei desiludida, estragaram o let's get it started que para mim é uma música com um power do caraças e que tem tudo para ir ainda mais longe ao vivo. não foi. foi com os new order que me esqueci que estava de muletas. não consigo dizer grande coisa sobre o concerto, foi uma cena meio mística, de comunhão, muito emocional não só pela presença em espírito do ian curtis e dos joy division, mas também por a dada altura me ter apercebido que estava a ouvir canções que, depois de anos e anos a ouvi-las em casa, nunca pensei que um dia as viesse a ouvir ao vivo. nessa altura bloqueei. acho que foi com o temptation... é das músicas que mais oiço dos new order, e de repente estava a ouvi-la ali. ao vivo. e reparei que já nem as muletas nem a perna direita me faziam falta. saltei ao pé coxinho, pois saltei, como se não houvesse amanhã, e no dia seguinte quando voltei a ouvir a música ainda me arrepiei. ainda hoje. e desde sábado passado que ainda não houve um dia em que não tivesse ouvido new order.
e o moby foi para a desgraça. contra ódios de estimação e outros que tais sou fã do moby e sempre me diverti à grande em todos os concertos que vi do senhor. este nao foi excepção. não foi o melhor, mas foi aquele em que mais me diverti. saltar o bodyrock numa perna não é para meninos, mas aguentei-me à bronca. o momento cowboy johnny cash foi brilhante e o descanso obrigatório, já no chão, ao som de walk on the wild side fica também para mais tarde recordar. e uma saudação especial à M&M.
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