em memória dos velhos tempos de insónias em que durante cerca de um ano acordei quase diária e pontualmente às cinco da manhã sem que conseguisse voltar a adormecer... hoje voltei ao mesmo, apenas com oito minutos de atraso. foi a partir das cinco e oito da manhã, que aproveitei para pôr a conversa em dia com a minha almofada. a conversa foi mais ou menos esta...
imagina tu que nem gosto de discutir. parece que me provocas, apenas para me veres reagir, mas quando reajo não gostas do resultado. mudas de assunto, ignoras o que te digo. fico fora de mim. tu sorris, falas por cima do que te tento fazer ver, mas tu não ouves nada. dizes apenas que adoras ver-me furiosa. tiras-me de sério e... tu sabes o que vem a seguir, já desisti de tentar evitá-lo. e imagina tu que nem gosto de discutir... preciso de espaço para poder conservar pelo menos uma parte do "meu" mundo, para poder ser eu, como em tempos disseste que gostavas de mim. como eu. na altura quis acreditar, mas hoje tudo o que dizes me parece prova em contrário. sinto-me estúpida, e parece que fazes questão em fazer-me sentir assim, sinto que tenho de estar permanentemente numa competição que não existe, e que insisto em perder para não acabarmos a discutir outra vez. não gosto de competições, nem de perder sistematicamente, nem gosto de discutir, já to disse? invadimos o espaço que combinámos manter neutro, e ingenuamente pensei que fosse possível reavê-lo. preciso de sentir de novo a mesma liberdade, a mesma que me disseste que querias conservar para ti e que eu fiz de tudo para compreender. hoje sinceramente não me apetece compreender mais nada. acho que és tu que tens de te entender. a ti e não a mim. sou tua amiga e às vezes acho que te esqueces disso porque a pressão é demais.
não tivesse eu a mesma almofada há quase tantos anos como os que tenho eu, e teria achado estranho que tivesse sido novamente a melhor conselheira. eu podia ter escrito isto.
orelhas de burro:
jurassic 5 - power in numbers - 2002
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