o betadine não foi suficiente. de manhã, a bobina tinha
lambido tudo e mais alguma coisa. ferida em carne viva, bem viva, a reluzir por
entre o pelo durado. impos-se mais uma consulta, siga para o veterinário depois
de almoço. o diagnóstico foi uma nova dermatite, desta feita, por
auto-mutilação. urge que a mutilação da bobina provocada pelas comichões
monstras da lergia à pulga seja travada pela cortisona. uma injeção resolve o
problema, eu já sei, mas desde o verão passado que tentei evitar o recurso à
maldita e traiçoeira cortisona. apesar de parecer a melhor amiga da bobina numa
crise alérgica, não se lhe podem medir as contra-indicações internas e invisíveis
a curto prazo. para já, o importante foi travar a dermatite que já estava a
erupção ali nos arredores da cauda.
travada de vez a comichão, e depois de novas doses de
betadine e pomada cicatrizante para tratar a ferida, constatamos que temos
mesmo de recorrer à solução de último recurso para ajudar a cicatrização: o
abat-jour. o funil. o colar. o pesadelo dos cães. o inevitavel para evitar que
a bobina escavacasse de novo a ferida na coxa. foram três dias de orelhas
caídas, a dormir aos meus pés e a levar tudo à frente cá em casa. três dias
quase sem comer, mas três dias bastaram para recuperar a mutilação canina.
uma nova bobina quando lhe tiro o abat-jour da cabeça. o
apetite regressa num abrir e fechar de olhos, as orelhas arrebitam, os olhos brilham
de satisfação. é a nossa bobina outra vez.
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