segunda-feira, setembro 20, 2010

à prova de bobina, sff...

o meu coração está nas patinhas e nos olhinhos da bobina. depois de um fim de semana de emoções à flor da pele, pautado por sentimentos de vida ou morte, em que me obriguei a não digerir sentimentos no momento para não cair antes de tempo,e continuar a visualizar o meu avô, risonho, no sofá lá de casa a fazer festas à bobina, eis que no no dia seguinte tudo desaba, tudo sai cá para fora.

a bobina tem este poder de me fazer tremer sem que eu consiga munir-me desse colete anti-bala, que utilizo em situações limite da vida real. a influência da bobina em mim vai para lá da vida real, onde não existem protecções emocionais, nem conselhos, nem calmantes, nem festas, nem nada que o valha. o meu coração está naqueles olhinhos. aberto e exposto e como aquelas duas pérolas brilhantes que passam o dia e adormecem a olhar para mim.

depois de uma semana a ver a bobina completamente apática do efeito da medicação que está tomar, a gota d'água rebentou hoje quando a vi a olhar para mim de manhã, a cair de sono como habitualmente, mas com o queixo todo a tremer, sem o conseguir controlar. vê-la a deitar a cabeça na cama para tentar parar os tremores, sem sucesso, e eu sem a poder ajudar, se não amparando-lhe a cabeça entre as minhas mãos, deixou-me numa aflição, que me caiu tudo ali mesmo, por entre as lágrimas.

ao que parece, foi apenas uma reacção a um curto interregno (uma noite) na medicação - uma fase de transição para começar a reduzi-la a pouco e pouco nas próximas semanas. esqueço-me que com a bobina todo o cuidado é pouco, porque é uma linda flor de estufa. já sei disso. mas não há nada que me acalme antes de a levar ao olho clínico do senhor doutor. os tremeliques já passaram e o nariz já parou de pingar como uma torneira, mas continua a dormir em todos os cantos da casa, mesmo com a medicação reduzida. é lamechice minha não conseguir vê-la assim? que seja. eu quero é voltar a vê-la aos pinotes de roda das pernas do meu avô, e a pedir gulodices às escondidas à minha avó.

e pensar que é tudo por causa de uma pulga, que por esta altura já caiu morta e foi comida por formigas há duas semanas... siga para o médico!

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