[pequena nota introdutória: este post faz todo o sentido na minha cabeça, mas não me está a ser fácil explicar a ideia, pelo que pode sair um tanto ou quanto confuso.]
penso que com o passar do tempo e à medida que melhor vamos conhecendo as pessoas, desenvolvemos um modo de tratamento particular para lidar com cada uma individualmente. tudo isto partindo do princípio que essas pessoas passaram já da fase de conhecidos ou colegas, ao nível da amizade. e a partir desse momento, é como se criássemos inconscientemente uma ficha mental e individual com as particularidades de cada pessoa, que ditará o modo como com ela vamos lidar daí em diante. com a consciência de que nada é estanque, obviamente.
partindo do princípio que aqueles que tenho como amigos farão também este registo mental sobre mim quando me conhecem, ou vão conhecendo, e que o respeitam regra geral diariamente... que legitimidade tenho eu para ficar magoada num dia com uma coisa que me dizem, mas que no dia anterior ou no mês passado não me incomodou minimamente e sobre a qual ainda fiz uma piada ou outra?
terão as pessoas que me rodeiam de ser obrigadas a saber lidar com as minhas súbitas mudanças de humor, quando muitas vezes nem eu vejo de onde elas vêm? não me parece. seja pelo tempo cinzento, por razões femininas, por razões masculinas, pelo diabo a quatro, por tudo ou por nada... a instabilidade que quebra este sistema de amizade em sociedade é emitida da minha parte. e assim sendo, sou eu que estou a sabotar o "jogo", pelo que nestas alturas opto por desclassificar-me e ficar no banco até à próxima época. isto é, amanhã ou depois, sexta-feira o mais tardar. porque quando as razões das instabilidades são femininas, todos os problemas se resolvem mais depressa. o termo de comparação? chose life. não lhes dou mais de cinco dias, uma semana no máximo. e de repente... qual foi a crise desta vez? tudo se desvanece e o código moral mental volta a entrar em vigor como se nada se tivesse passado.
orelhas de burro:
ornatos violeta - o monstro precisa de amigos - 1999
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