sábado, novembro 19, 2005

elizabethtown...... ideias ao vento

o filme é tão simples como a letra do don't i hold you. daqueles em que torces desde o início para que as personagens se entendam e sejam felizes. daqueles em que involuntariamente dás por ti a dar ordens às personagens para que se deixem de tretas e assumam de uma vez o que sentem e digam o que pensam abertamente e sem medo de lidar com a rejeição. daqueles filmes em que consegues ver de fora a tua própria história, só que ali parece tudo mais fácil. o que significa que afinal és tu quem complica a tua vida. falo por mim. porque afinal de contas é tudo tão simples.... ou podia ser. inventamos refúgios, distâncias, histórias, tudo para evitar, por antecipação, o sofrimento. e em que é que resulta tudo isso? em sofrimento, precisamente. não vivemos o que tem de ser vivido, ou pelo mentos tentado. temos medo. de quê não consigo perceber, mas temos sempre medo de expor mais do que aquilo que os outros vêem de fora. e qual é o interesse de guardar tudo para nós? nenhum. não deixamos que ns toquem, temos medo de tocar, tudo em busca de uma segurança que não existe, nem vai existir, e acabamos ironicamente a viver numa insegurança tremenda e a achar que só nós é que sentimos tudo isto. somos todos iguais. um poço de inseguranças, mais ou menos disfarçadas, mais ou menos assumidas. temos quanto muito momentos, fases de alguma segurança e auto-confiança, mas somos por natureza inseguros, e precisamos felizmente dos outros para que essas fases de confiança perdurem. e digo felizmente porque penso que se assim não fosse acabávamos todos isolados, cada um para seu lado, a curtir as próprias certezas e na ignorância do lema do "não preciso de ninguém". foi nisto tudo que o filme me deixou a pensar.

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