quarta-feira, agosto 24, 2005

neighborhood #2

continuo sem perceber porque se disse entre risos na antena 3 que a hora do concerto dos roots seria aproveitada para ir jantar. que tenham feito bom proveito. esperava mais do concerto, mas tendo em conta que ali se tratava de uma actuação em festival, com tempo contado e encaixado, tenho de dar o desconto. e se o tempo de actuação foi aproveitado para jantar porque estava na hora do momento de hip hop no festival do rock & roll, para a próxima vejam antes de falar porque nem só do dito alternativo se criam momentos "impecábeis". o que foi que os roots trouxeram a coura se não um dos momentos mais rock & roll do festival? e não falo só de guitarras, apesar daquelas terem sido potentes. toda a atitude e o espírito que propagou anfiteatro acima e comandou as danças nas primeiras filas, pelo menos, que o resto não vi. e já não falo das guitarras dos qotsa nem dos foo fighters porque de certeza se conseguiram fazer ouvir até ao algarve. estrondosas como sempre, e ao mesmo tempo límpidas, "imparábeis", "implacábeis". para mim? fortes, com certeza, mas nada de novo. provavelmente nem era isso que se queria, mas eu lembrava um dave grohl mais furioso e destemido no rock in rio, e aí sim fiquei vidrada e quase em estado de choque durante toda a actuação, como se discutisse através da guitarra sem que ninguém entendesse o motivo da raiva. em coura pareceu-me apenas uma tentativa de aproximação. e os pixies? claro que gosto das melodias, claro que gostei do que vi, mas não me marcam como o fazem à geração anterior à minha. foi a segunda vez que vi a banda, e pela segunda vez não me animaram por aí além. não são definitivamente a minha banda. não vi os the national com a atenção merecida e ainda assim achei que estiveram melhor que os the bravery, para mim, a grande desilusão do festival, prefiro nem falar disso. dos futureheads recordo apenas o episódio da cantina e de um momento de tradução/intérprete para mais tarde recordar, entre salmão grelhado, frango assado e bolo de bolacha. talvez o futuro passe mesmo por aí, já não digo nada...

nick cave and the bad seeds em noite de lua cheia. risquei o do you love me da minha lista mental de canções obrigatórias a ouvir ao vivo, assim como adicionei o nome do artista ao contentor dos que mais me surpreenderam no festival, a par dos !!! e dos arcade fire, como já escrevi por aí. nunca tinha visto o nick cave, não lhe ouvia as canções com atenção desde os tempos de nono ano talvez, já vai longe, e ali apeteceu-me recuperar o tempo perdido. quebrou a quebra (passe a redundância) do vincent gallo, que apesar do sorriso irresistível e do charme do cinema, foi um chato do princípio ao fim. ou tocava nos songwriters ou tinha aberto a noite mais a sua guitarra, agora depois da rockidão imensa da juliette lewis abrandar o ritmo daquela maneira no último dia é de loucos. e atenção que eu até gosto muito do género songwriter + guitarrinha, em casa gosto muito, agora ali é brincar com o fogo. uma brincadeira perigosa também adoptada pela juliette quando mergulhou em cima da multidão, tendo sobrevivido não se sabe bem como ainda com roupa para contar. ficou-lhe bem, era o passo que se impunha depois de uma hora de guitarras em desafio constante.

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