a bobina passou a temporada das festas quentinha, gordinha e
com mimo para dar e vender. no dia de regresso ao trabalho, depois de umas
semanas em que o tempo e a realidade parecem ter parado, a bobina foi
confrontada com a obrigatoriedade da retoma da rotina e dos horários rigorosos.
era vê-la hoje de manhã, noite escura ainda, a implorar com os olhos ainda mei
fechados e com a passada lentinha, para não ir à rua tão cedo. irreconhecível.
passeou durante 20 minutos a passo de caracol, rosnou e ladrou com unhas e
dentes a um de seus pares que se aproximou dela com a melhor das intenções, e
não fez nem xixi nem cocó, calculo que em modo de protesto. pata terminar, ao
contrário dos restantes dias do ano em que a bobina demora cerca de 10 minutos
a fazer um trajeto de um minuto no regresso a casa, hoje provou pelas
próprias patinhas que a rua se sobe realmente num minuto. chegada a casa, cama
com ela. presumo que por lá ficatá até o sol brilhar, altura em que poderá
avistar-se a bobina estendida em cima da mesa, ferrada a dormir ao
sol. hoje foi um dos dias em que secretamente desejei ser uma bobina e
regressar à cama depois do pequeno almoço.
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