domingo, novembro 07, 2010

every breath i take...

ainda hoje, já mais dois anos depois do primeiro encontro, me supreendo e interrogo, mesmo em voz alta, sobre a dedicação e capacidade de renovação diária da ligação que a bobina estabeleceu comigo desde que escolheu vir viver aos meus humildes cuidados.

continuo a tentar aprender como é possível, não só ter, mas sobretudo demonstrar tamanha dedicação. e demosntrá-lo tanto e a toda a hora. há dias em que quase chego a roçar a loucura de tão observada que me sinto. a bobina chega a dividir os dias entre umas boas sestas e olhar para mim. executa as duas tarefas com o mesmo empenho. não se cansa de olhar, especada, não se cansa de me seguir, de esperar por mim, de me lamber as mãos, de me lambuzar a cara. a bobina é isso. a minha sombra, o meu espelho, quase a minha consciência.

hoje foi um desses dias, em que quase desesperei de tão seguida e observada me senti. é um sufoco momentaneo que me corta a respiração, e que não lhe posso explicar. felizmente não lhe posso explicar, que a dona continua ainda muito atrasada nesta aprendizagem, e que continua a precisar de respirar aqui e ali. caso contrário, estragaria tudo mais uma vez, até com a bobina. é verdade que metade do trabalho está feito. sem esta bola de pelo por perto eu já não sei respirar fundo. tem ternura a mais no olhar para ser desiludida. agora... será que algum dia conseguirei chegar ao cinturão com que nascem as bobinas, e que me permitirá ter e demonstrar metade dessa dedicação, de pessoas falando?

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