quinta-feira, maio 14, 2009

hunting for witches....

vai para uns meses que por razões óbvias, pelo menos para quem segue este canto online, que ando mais alerta/ sensível para assuntos caninos. na sic, neste momento debate-se os direitos dos animais. entre muita coisa que me soa a burocracia, há uma frase de um dos oradores que chama a atenção: "se um perdigueiro não pode caçar, serve para quê?"
não querendo estar a contestar nada a quente, ocorre-me apenas uma simples comparação... um desempregado (qualquer que seja o ramo profissional) não serve para nada?
de todas as conversas que tenho tido com outros donos de cães (e quem os tem, sabe que é inevitável passar por estas trocas de impressões com outros donos, diariamente), em poucos meses descobri que há pessoas que (sobre)vivem graças às exigências/ companhia/ amor incondicional/ alegrias que o cão (neste caso) lhes proporciona no dia-a-dia. quer cace, quer não cace. e apenas por isso.
e também apenas por isso aprendi a respeitar e a gostar incondicionalmente da bobina. pelo esforço incansável com que a vejo dia após dia a tentar adaptar-se às regras que lhe imponho, mesmo que por entre dentes lhe saia o som da ronha. mesmo no meio de tanta rebeldia e tentativas de domínio, esta cadela faz tudo por uma festa. mesmo que isso implique obedecer à dona. mesmo que isso implique não ir à caça. e, na minha humilde interpretação de quem ainda pouco percebe disto, para o animal é bem mais importante uma festa, uma boa relação com o dono, umas boas corridas e uma boa taça de comida e água fresca, do que um coelho entre dentes.

4 comentários:

Cibele Chaves disse...

Isso faz-me lembrar de um debate que vi aqui há uns anos na tv sobre touradas.
A frase era igual.
Alguém questionava se não houvesse tourada para que é que servia o touro... Dah!!

lia disse...

Sim! E nesse debate (ou noutra reportagem do género) havia uma abécula que dizia: «A noção de tortura dos que criticam as touradas é muito subjectiva! Então e ter um cão num apartamento pequeno não é também uma tortura?!». Tudo a ver!

Mary, eu e a Cibele já tivemos uma amiga cujo pai mandou abater o cão, tb de caça, quando se provou que o bicho já não estava capaz de desempenhar essas suas funções :-( Muita vez me lembro do pobre Bell...

Anónimo disse...

Eu prefiro nem me lembrar que estas histórias existem...

E o argumento do crime do "cão em apartamento pequeno", na prática, é mesmo muito relativo. Aprendi na prática, que mais do que um extenso relvado para correr, o cão precisa é do dono por perto, independentemente da casa que tem. E aqui voltamos à sabedoria popular... o tamanho não interessa.

mary-john disse...

era eu, ali em cima a escrever :)