(...) Mas, às vezes, os factos são apenas consequências deploráveis. Uma pessoa não peca com aquilo que faz, mas com a intenção, com a qual comete isto ou aquilo. A intenção é tudo. (...) Uma pessoa pode cometer infidelidade, um acto infame, sim, até o pior, pode matar e, todavia, manter-se puro por dentro. Um acto não é equivalente à verdade. É sempre apenas uma consequência (...).
Isto está escrito nas páginas 84-85 do livro "As Velas Ardem Até ao Fim". O autor é Sándor Márai.
E faz tudo muito sentido, e é aparentemente tudo muito justo. Não fossemos nós todos dotados de uma coisa chamada consciência. Também aparentemente seria tudo mais fácil se nos regêssemos apenas pelas intenções e não pelas acções em si. E nesse caso voltaríamos a acreditar nos tempos do bom selvagem, sem a parte de que a sociedade nos veio estragar as intenções. E o que mais me assusta nisto tudo é que no fundo continuo realmente a acreditar nisso. A dúvida é tão parva que se torna pertinente... mas que raio leva alguém a pensar que prejudicar a vida de outra pessoa pode melhorar a sua (do que prejudica)?
1 comentário:
Concordo.
Acho sinceramente que há muito boa gente que tem nitidamente falta de amor e que falhou ali qualquer coisa numa determinada altura da vida.
No fundo acredito que toda a gente é boa gente e muitos nem se apercebem dos disparates que fazem.
Mas realmente por vezes, com tanta anormalidade alheia que nos ataca, dá mesmo vontade de partir para a violência...
beijinho grande. :)
fil.
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