segunda-feira, abril 17, 2006

doctor, doctor....

todos temos preocupações latentes constantes, que à medida que vão sendo por nós eliminadas/ resolvidas cedem os lugares do podium às restantes. já aqui disse e por certo mais do que uma vez que nao gosto da classe médica em geral e de alguns médicos em particular. o cheiro a éter dá-me arrepios, as batas brancas despertam-me desconfiança e as salas de espera um desconforto inversamente proporcional à comodidade que a maioria dos ostensivos, careiros (e que nao usam relógio) médicos particulares se esforçam por proporcionar no espaço destacado para acolher os pacientes enquanto não são chamados ao momento da verdade. as salas de espera são para mim uma metáfora do enigmático purgatório. tenho aproveitado este momento de inércia para pôr em dia coisas que normalmente deixo para trás por alegada falta de tempo: consultas médicas. são elas uma dessas preocupações constantes que me acompanham para todo o lado. mas como ia dizendo, tenho andado portanto em permanente luta mental e individual não só com o facto de ter encarar de frente as temidas batas brancas, mas também e principalmente com o ror dinheiro que se gasta numa consulta de 10 minutos, numa análise e numa ida à farmácia. um disparate de tal ordem que nem vale a pena enumerar, até porque não haverá quem não faça pelo menos uma pequena ideia dos valores aqui envolvidos. mas no final... the best for last: o alívio impagável de ouvir que está tudo bem e que só lá volte daqui a um ano. daqui a um ano, repito. pela minha experiência, quer-me parecer que quando um médico diz "um ano" está a dizer "esqueça que eu existo até voltar a ter qualquer problema em concreto mesmo que isso implique estar mais dez anos sem dar sinal de vida". e eu sou perita nisso. se bem que agora estava a criar uma certa habituação às idas à farmácia e um gosto especial pela descoberta do mundo inesgotável dos faustosos cremes para tudo e mais alguma coisa que dão cor àqueles becos a cheirar a remédio. e com o verão há porta, da cabeça aos pés, não há creme que não faça falta.

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