uma das coisas que mais gosto nas minhas fases anti-depressivas é que posso ouvir a meu bel-prazer e sem quaisquer efeitos secundários uma série de músicas que em... como dizer... alturas em que olho mais para dentro e menos para fora, talvez... sim acho que é uma boa definição... não posso ouvir, pelo simples facto de não as conseguir digerir com a mesma leveza. para ser mais precisa, não as tolero mesmo. nesse lote, há um monte de tralha musical esquisita que sinceramente só me faz é bem obrigar-me a fazer de conta que não existe, mas há canções que volta não volta me fazem uma falta tremenda, ou porque não as ouvi o suficiente quando saíram, ou porque preciso de voltar atrás e a música continua a ser a máquina do tempo mais eficaz, ou porque... porque sim. e enquanto não as oiço permanece em mim aquela sensação de desconforto de querer por força dizer qualquer coisa que se me varreu no preciso momento em que a ia dizer, mas alguém me interrompeu. é nestas alturas que tiro a barriga de misérias do "the bends", que apesar de ser o álbum que mais gosto dos radiohead, nunca o "gastei" tanto como os outros porque basta eu dar uma pequena abébia e ir na maré para me deixar completamente de rastos porque me atravessa de uma maneira que não consigo nem quero saber explicar. quero ver o thom yorke em palco outra vez.
orelhas de burro:
radiohead - the bends - 1995
Sem comentários:
Enviar um comentário