quinta-feira, maio 12, 2005

back to the future...

já deixei de fumar. mas eu não fumo, já me tinha esquecido... esqueçam. a joana é que se sonhou que eu tinha começado a fumar. a descontracção com que puxei do cigarro deixou de boca aberta o resto da mesa de café. no sonho da joana, claro, porque no meu também a mim me deixaria perplexa. nao gosto particularmente de sabor a queimado. a força de algumas ligações de infância tem destas coisas, e o sexto sentido feminino ainda não tem concorrência à altura quando a prova é de "pespescácia". não se pode dar um passo em falso, mesmo que ainda só em pensamento e mesmo que os fins justifiquem os meios, sem que pelo menos uma pessoa o perceba na hora. pensei que tivessemos perdido a confiança de outros tempos porque a dada altura fizemos opções muito diferentes, e o afastamento criou-se por si só. na altura foi complicado. não sabíamos bem estar uma sem a outra. mais tarde, o que se tornou complicado foi reaver a proximidade. os caminhos diferentes parece que nos deixaram sem nada para dizer uma à outra que pudesse interessar, e apesar de morarmos na mesma praceta quase nunca nos víamos. nos últimos tempos, começou a ser hábito cruzarmo-nos à noite, depois de jantar. [ao que parece a lucky (a cadela da joana) gosta de fazer o seu cócó aqui à minha porta. é verdade. eu desculpo-lhe porque também temos uma amizade forte.] a confiança de infância afinal não se perdeu por atalhos. não andamos propriamente as duas muito animadas, já percebi que o mal é geral, mas como comentámos outro dia entre chás e cafés (chá para mim, se faz favor), só o facto de termos com quem tomar café à noite durante a semana e dizer umas piadas por entre lamentos já nos reforça o ânimo. é o papel dos amigos. quem diria que se passaram quase dez anos... e afinal nem tossi.

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